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O Dia do Nordestino

Por ROBERTO VIEIRA

Decidiram que o dia 8 de outubro seria o dia dos nordestinos.

Talvez pelo nascimento de Catulo da Paixão Cearense.

Como lembrança do luar do sertão. Talvez.

Nordestino que é tido por muitos como preguiçoso e ignorante.

Um indivíduo coronelizado desde o cordão umbilical.

Nordestino mestiço apontado como responsável pelo atraso do Brasil.

Antípoda do imigrante europeu e asiático.

Embora imigrante seja um só povo. Triste e pobre. Mitigante.

Basta assistir o belo e esclarecedor Novecento de Bertolucci.

Para o bem ou para o mal, 3.5 milhões de nordestinos habitam São Paulo, a metrópole deste país.

Outros tantos estão no sul, no centro-oeste, no norte, no estrangeiro.

Pra quem não gosta dos nordestinos, resta lamentar. Todos somos brasileiros.

Pra quem gosta, hoje é o dia de uma cachacinha ou batida de caju. Tapioca e queijo de coalho são imprescindíveis.

Hoje é dia de ouvir Luís Gonzaga ou Djavan. Ler Graciliano Ramos ou Jorge Amado.

Sonhar com os quadros de João Câmara. Os causos de Câmara Cascudo. Augusto dos Anjos e demônios.

Lembrar da seleção nordestina de todos os tempos.

Seleção que foi toda jogar no estrangeiro, como a de Dunga:

Manga; Toninho, Ricardo Rocha, Fausto e Marinho Chagas; Juninho Pernambucano (Dequinha) e Clodoaldo; Nado, Vavá, Ademir Menezes e Canhoteiro.

O técnico pode ser Zagalo. Qualquer coisa ele veste uma camisa e entra em campo.

O chefe da delegação?

Rubem Moreira assessorado de perto pelo Coronel Chico Heráclito.

O hino?

O hino sempre será Asa Branca..