Essa é uma trágica história mas uma lição para todos nós que trabalhamos com computadores durante longas horas a fio: Trabalhe duro, mas coloque sua saúde SEMPRE em primeiro lugar.
Infelizmente essa lição veio muito tarde para a jovem Leong, que morreu aos 28 anos, justamente por trabalhar demais.
Ironicamente, apenas 2 dias antes de sua morte, ainda escreveu no blog dela:'Eu não vou me matar por nada'. A família e amigos acreditam que ela estava estressada com o trabalho.
Visitando o blog dela, e olhando o que ela escreveu no dia 21 de abril, você vê o quanto o trabalho dela era estressante. Coisa de acordar 3:30 da manhã e trabalhar até tarde da noite, numa posicão de escritório da HP, Hewlett-Packard.
Nota-se pelos seus posts que ela estava extremamente exausta com a carga de trabalho. De novo, a ironia. Entre os comentários deixados no blog dela por amigos, ela responde em tom de brincadeira(??) que espera poder sobreviver ao fechamento de mês.
Tão jovem, que se não tivesse morrido faria esse mês 29 anos de idade, estava trabalhando no seu laptop durante 8 horas seguidas. Sim, a causa mortis parece estranha, mas perfeitamente possível. Então se você fica várias horas sentado trabalhando, fique alerta.
O laudo oficial da causa da sua morte ainda não foi confirmado, mas médicos amigos da família acreditam que ela morreu de algo chamado 'embolia pulmonar causada por uma trombose profunda nas veias'. Essa é uma condição pode atacar qualquer um de nós que trabalhamos durante horas a fio, especialmente sentados, numa mesma posição.
Você nesse momento agora que lê isso, quando foi a última vez que você levantou e deu uma voltinha, para ajudar a circulação sanguinea? estirou os braços? alongou o pescoço?
Veja que triste e trágico. Algumas palavras dela escritas no seu blog: 'Eu realmente achava que podia aguentar tudo, que eu podia ser uma supergirl, dar conta do trabalho, mas noto que minha saúde está piorando rapidamente'. 2 dias depois apenas de escrever isso, ela morreria.
'A Vitamina M (de Money, dinheiro em inglês) não vai curar minha saúde' .
E então vem o questionamento: Ela tinha a pressão de fazer dinheiro, era muito ambiciosa e dedicada no trabalho novo; aliás ela mesma escreveu que o objetivo dela era conseguir MUITO dinheiro e estava com uma grande possibilidade agora, trabalhando para a HP. Então a gente imagina um salário de 8, 10 mil dólares por mês...mas que nada, ela recebia meros 2.600 dólares, que aliás aqui isso é simplesmente um salário de iniciante.
Talvez a pressão por resultados e as aparências foram mais fortes. Como sabemos, aqui é muito importante a imagem pública que projetamos. Isso desde a época de colégio.
Pelo que entendo, os trabalhadores locais aqui são extremamente explorados pelos patrões. Chineses, diga-se de passagem. Ela falava para os amigos que apesar de bastante feliz por ter conseguido o novo emprego, estava muito estressada, muito ocupada...todas essas coisas ela sabia, ela sentia; talvez passamos as mesmas coisas, mas a gente nunca acredita que isso passe conosco.
Ela comemorou enormemente sua contratação para a HP, 2 meses depois ela faleceu. Fica aqui também a mensagem para muitos: Não há trabalho ou emprego que pague a nossa saúde. Por melhor que seja a empresa, por maior que seja o salário.
Mais palavras do seu próprio blog: 'Finalmente agora tenho a chance de voar mais alto (financeiramente) já que estou agora trabalhando numa Fortune 500 (numa das 500 maiores empresas do mundo)'
E mais: 'Eu estava ok em acordar todo dia 3:30 da madrugada, começar o expediente as 4:30 da madrugada'. Ela acordava cedo para combinar os horários com clientes de outros países.
'o que eu encaro todo dia como gerente de suporte é coisa do tipo de responder mais de 100 emails por dia. E tenho clientes na Nova Zelândia aos berros comigo pedindo para terem prioridade, me pedindo tudo ASAP, reclamando, solicitando...todo mundo achando que tem mais prioridade.
O final do mês era a época mais excitante(??), porque tem as conversas telefônicas, conferências, preparar relatórios e cada conferência com mais de 500 pedidos, investigados um por um.
'Eu até trago trablaho para casa, durante fim de semana, para mostrar no trabalho que estou fazendo o meu melhor'
E então, essas palavras soam familiares para você ou no se trabalho? Para mim sim. Quem sabe sirva de alerta também.
A jovem chegou no hospital com manchas vermelhas pelo corpo, notadamente nas pernas dela. Tinha uma bolha vermelha. Os familiares disseram que quando ela tentou levantar, a bolha vermelha diminuiu e ela teve um colapso.
Desde 2 semanas atrás a mãe dela disse que ela não tinha forças nem para chegar em casa. Caia direto no sono. Ela mesma escreveu no blog dela que chegou a desmaiar na sala da recepção da empresa, mas achava que apenas não estava se sentindo bem, uma fraqueza pela carga de trabalho e pouco sono.
Porque ela sabendo disso não deixou o trabalho?
Eu explico. Ela aqui trabalhava como terceiro. E sendo terceirizado, todas as vezes que pedia para ir ao médico, a empresa deduz do seu salário. Ela estava há apenas 2 meses no emprego, aqui a lei diz que menos de 3 meses se você sair você tem que pagar um mês ao contratante e ela achava que 'não valia a pena dar esse mês de graça' para a empresa.
De novo aqui entra a percepção, o que os outros vão pensar. Ela achava que estava ganhando bem, numa empresa desejada. Que realmente 2.600 por mês era um bom salário, quando na verdade nenhum estrangeiro (Ocidental, como nós) se submete a tal carga por tal trabalho por aqui.
Achava caro e um desperdício pedir as contas e pagar com 1 mês de trabalho, e acabou pagando com a vida, infelizmente.
Mais palavras do blog dela: 'Eu estive bem doente esses dias. Tive diarréia dia 19 de abril, meu joelho doía, estava mancando desde dia 15 de abril, tenho uma falta de ar desde dia 18 e nesse mesmo dia eu desmaiei depois do expediente na recepção.' Mas era importante mostrar que estava firme e forte. Aparências, novamente.
'Meu peito está apertado e minha respiração está dificil. Levantar e andar, eu sinto como se tivesse carregando uma mochila nas costas e começo a sentir bastante tonta.'
E agora um dado extremamente preocupante. Quando perguntaram ao chefe dela se ela estava sobrecarregada de trabalho ou muito estressada ele disse que não, que não havia notado nada diferente nela exceto que pediu 3 dias de consultas médicas nos últimos 2 meses.
Se acontece uma coisa dessas nos Estados Unidos, a HP estaria em enormes apuros com processos judiciais, mas aqui onde todo mundo apenas pensa em dinheiro, trabalho, dinheiro, trabalho...é até 'feio' reclamar do seu emprego.
E você que lê isso, o seu chefe importa-se com você? a empresa que você trabalha importa? Será que você não está apenas 'se matando' pelo seu trabalho na esperança de que um dia você receba aquela promoção de 400 reais ou de um título de 'senior' ou 'pleno' ou outro setor?
Pergunte-se: vale a pena esse meu esforço? Não estou deixando coisas mais importantes para trás em nome desse trabalho louco que tenho?
Esses questionamentos valem para todos nós.
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