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O Maior Problema com as Brasileiras na Austrália

Ola amigo, tudo legal? Eu me chamo Edge. Seja bem vindo!Aliás aqui está um assunto que pode colocar alguma lenha na fogueira: Qual o maior problema causado pelas Brasileiras aqui na Austrália ?

Não é a "Mulher" Brasileira que você pode pensar. Explico.

Aqui na Austrália toda mulher conhece a expressão: bad-hair day, que por sinal elas sabem muito bem como contornar esse problema com maquiagens, gels, pranchinhas etc. Em alguns minutos num banheiro de um restaurante, qualquer mulher retoca tudo que parecia irretocável.

Entretanto existe um contexto de retocar os cabelos que não é tão comum assim nas mulheres daqui, e é conhecido por : Fazer uma "Brasileira".

Uma "Brasileira" (ou simplesmente Brazilian), significa fazer depilação, genital. Nada estranho pra gente que vem do Brasil, mas ainda há um pouco taboo por aqui nesse assunto.

Até que mês passado uma marca de produtos femininos, Nair, lançou no mercado Australiano uma linha de produtos para garotas entre 9 e 15 anos de idade, chamado Pretty. O problema disso foi que lançou também uma cêra de depilação para essas meninas. E o marketing disso era "first-time hair removers".

Se a gente parar para pensar, garotas de 9, 10 anos são apenas crianças, porque então já incentivar a depilação em crianças dessa idade? Afinal de contas, elas aparentemente quase não tem nenhum para preocupar-se com o tema.

E não ficou nisso, depois veio a campanha do site: Baby Brazilians (???)

Se você for agora no site www.girl.com.au você vai ler a seguinte frase: "Nobody really likes hair in their private regions and it has a childlike appeal." (ninguém gosta de pelos nas suas partes privadas e além disso elas dão um apelo infantil - ao corpo no caso)

Pronto. Ficou assim oficialmente estabelecida a controvérsia e o problema que as "Brazilians" trazem.

Outras frases da campanha da Nair:

  • "Pretty isn't a look. It's a feeling,"
  • "Nair will leave your skin smooth and totally touchable!"
  • "When a girl removes hair for the first time, it's a life-changing moment."

Em qualquer país sério, isso são razões suficientes para tirar a campanha do ar, com mensagens tão carregadas e de duplo sentido. Assim como eram as músicas da dança da garrafa e do Tcham no Brasil onde crianças de 5 e 9 anos de idade faziam coreografias sensuais.

A diferença é que no Brasil o mercado fonográfico e a audiência da Globo mantiveram essas "libidinagens" na tv nacional; aqui a campanha toda da Nair foi retirada do ar. Passou 2 dias no ar e o Watchdog Australiano (uma espécie de ombundsman do Governo que controla assuntos de interesse público) atuou e mandou imediatamente cancelar a campanha.

Esse mesmo Watchdog ano passado mandou cancelar a campanha de lingerie da Swoggi porque tocava uma música de funk da tati-quebra-barraco simplesmente porque continham o conteúdo das letras de funk, que aliás sabemos muito bem do que elas falam.

Pretty, a linha de cosméticos para as crianças da Nair, trazia consigo uma mensagem muito forte, e ignorava o fato de que crianças de 9 anos de idade estão ainda em formação de opinião, corpo e idéias. Essas crianças estão literalmente em uma fase de transição para a adolescência.

Tem um filme passando no cinema atualmente chamado "Juno", onde conta o caso de uma adolescente grávida. Obviamente como quase todo produto de massa Hollywoodiano ele vende a imagem de que ter filhos na pré-puberdade é ser cool. Alguém duvida que haverão milhares de crianças grávidas para imitarem a personagem do filme?

Infelizmente essa parece ser uma tendência mundial. Cada vez mais a linha entre a infância e adolescência está ficando difícil de se notar. Será que o milionário mercado cosmético de emprsas como Renew, Proactive e outras está tendando forçar a imagem de que "os 10 anos de idade são os novos 20" ? Aparentemente sim.

Enquanto isso, sites sociais como Facebook e orkut estimulam essas mesmas crianças-meninas a tirarem fotos sensuais para colocar no seu profile e assim seus amiguinhos comentarem: nossa, olha só como ela é hot!! cool!!

Aliás, acabei de ficar sabendo que no Brasil a moda agora é "Pole Dance". Quem diria!

No meu tempo, Pole Dance era simplesmente a dança das prostitutas nos puteiros de Las vegas, que tinha como objetivo de ser a porta de entrada para o Champagne Room. Resultado : Hoje tem até academia de ginástica no Brasil ensinando isso para as adolescentes.

Logo logo vai ter um concurso de Pole Dance na tv. E será num domingo tipo do Faustão e Gugu. Alguém quer apostar?

Na época da dança da garrafa, dos axés, das letras do mamonas assassinas, eu achava bacana. Não concordava muito com a mensagem e a identificação com as crianças mas achava bacana.

Vendo isso hoje com uma opinião de pai, as coisas já são bem diferentes.

  • Aos 2 anos de idade as crianças aprendem a usar sentenças curtas e simples, e identificar ordem e cores.
  • Aos 4 anos de idade elas conseguem diferenciar entre elas mesmas e outras pessoas.
  • Aos 5 elas podem vestir uma roupa sozinhas.
  • Aos 8 anos chega a idade mágica, coelhinho da páscoa, papai noel e fada do dente. Elas descobrem a fantasia.
E agora, aos 10 anos de idade, o mercado cosmético quer ensinar que elas devem raspar suas partes sexuais para serem "pretty" e mais atraentes ao sexo oposto? Afinal como diz a campanha: "nobody likes hair there".

Como pais, devemos encorajá-las sim a serem crianças. O máximo de tempo possível. Sobre o resto, não devemos forçar a barra, tenho certeza que elas terão tempo suficiente para aprender essas coisas por elas mesmas.


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